Em meio às tensões na região de Roraima devido à disputa entre Venezuela e Guiana pelo território de Essequibo, o Ministério da Defesa antecipou a incorporação de dezenas de Mísseis Superfície-Superfície 1.2 AntiCarro (MSS 1.2 AC) pela 1ª Brigada de Infantaria de Selva.
O movimento estratégico visa fortalecer a capacidade de defesa da região diante de possíveis ameaças, incluindo a preocupação com a possibilidade de tropas venezuelanas utilizarem Roraima como rota para uma eventual invasão da Guiana, além de enviar um recado claro às potências extrarregionais que possam aproveitar a oportunidade para montar uma base na Amazônia.
Segundo reportagem do jornalista Marcelo Godoy, do jornal O Estado de S. Paulo, “a incorporação do MSS 1.2 AC estava prevista para acontecer em 2024 em unidades específicas antes de distribuição geral, mas, a exemplo do que ocorrera com a transformação do esquadrão de cavalaria de Boa Vista em 18º Regimento de Cavalaria Mecanizada (18.º RCMec), ela foi antecipada e realizada antes mesmo da conclusão do relatório final sobre os testes do equipamento. A medida tem o objetivo de suprir a falta de uma defesa eficaz em Roraima contra carros de combate, como o T-72, de fabricação russa, usados, por exemplo, pelo exército da Venezuela”.
A medida de reforço militar inclui não apenas a incorporação dos mísseis, mas também a transferência de blindados multitarefas Guaicurus para a 1ª Brigada de Infantaria de Selva, que irão se somar aos “blindados Guaranis e EE-9 Cascavel que já equipavam o antigo esquadrão de cavalaria. Nenhum deles, no entanto, dispunha de meios adequados para deter carros de combate como o T-72, com seu canhão de 125 mm, capaz de atingir alvos a mais de 2,5 km de distância.A conversão dele em regimento estava prevista no Plano Estratégico do Exército (PPEx), mas só deveria acontecer dentro de um an”, ressalta a reportagem.