O dono de mansão que protagonizou tiroteio com a polícia na tarde de sábado (16/12) era Rogério Saladino dos Santos, de 56 anos. O empresário assassinou a policial Milene Bagalho Estevam, de 39 anos, ao receber Milene e um colega oficial a tiros em sua residência. De acordo com a Polícia Civil, Rogério tinha autorização para ter armas em casa, já que era CAC (siga para Caçador, Atirador e Colecionador de armas). Além disso, era sócio-presidente de um laboratório de exames e namorava uma modelo.
O empresário teria confundido os oficiais, que faziam diligências na rua para colher pistas sobre um furto ocorrido na sexta-feira (15), com assaltantes. O tiroteio começou quando Rogério atirou em Milena. O colega dela logo revidou o ataque e atingiu o civil. O vigilante de Rogério, Alex James Gomes Mury, pegou uma das armas do patrão e tentou atirar nos agentes, mas acabou sendo atingido. Rogério, o funcionário e a policial não resistiram aos ferimentos.
O tiroteio aconteceu em Jardins, área nobre de São Paulo, onde o empresário morava com a namorada Bianca Klamt, arquiteta e modelo.
CAC com arma em situação irregular
A Polícia Civil investiga o caso e constatou que Rogério tinha autorização para ter armas em sua residência, uma vez que era CAC. Uma das armas utilizadas por ele na ação, porém, está em situação irregular: uma pistola calibre 45. A outra pistola, a 380, está legalizada.
À Tv Globo, o delegado Fábio Pinheiro Lopes, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), descreveu a ação de Rogério como “loucura”. “Ele tava seguro dentro da casa dele. A casa tem a guarita blindada, estava com os portões todos fechados se ele desconfiasse de alguma coisa o que ele tinha que ter feito ligasse pra Polícia Militar, ligasse pra Polícia Civil”, afirmou.
De acordo com o oficial, a arma que estava regularizada e foi usada pelo empresário tinha licença de colecionador e, portanto, não poderia ser utilizada para atirar. Em decreto editado pelo Governo Lula (PT) em julho, CACs passaram ser proibidos de transitarem com armas municiadas. Ademais, as pistolas .45 foram consideradas de uso restrito, mas poderiam ser mantidas caso estivesse devidamente regularizada, o que não era o caso da arma de Rogério.