Cientistas já haviam observado uma mistura de águas ao longo do equador nos oceanos Pacífico e Índico, mas nunca no Atlântico. Agora, eles finalmente encontraram uma massa de água “perdida” que vai desde do Nordeste do Brasil até o Golfo da Guiné, próximo à África Ocidental.
Pesquisadores do Instituto de Oceanologia Shirshov, na Rússia, registraram a descoberta em 28 de outubro no periódico Geophysical Research Letters. As massas de água são partes da composição das águas do oceano, “com uma faixa estreita e distinta de temperatura e salinidade e uma densidade particular resultante desses dois parâmetros”, segundo define a enciclopédia Britannica.
Viktor Zhurbas, físico e oceanólogo do Instituto de Oceanologia Shirshov disse em um e-mail ao Live Science que parecia controverso a massa de água equatorial estar nos oceanos Pacífico e Índico, mas ausente no Atlântico, dado que “a circulação equatorial e a mistura em todos os três oceanos têm características comuns.”
Em busca da massa ausente no Atlântico, os cientistas examinaram dados do programa Argo, uma matriz internacional de flutuadores robóticos autossubmersíveis espalhados pelos oceanos. Com isso, os pesquisadores identificaram uma curva temperatura-salinidade não notada: a Água Equatorial Atlântica (da sigla em inglês, AEW).
“Foi fácil confundir a Água Equatorial Atlântica com a Água Central do Atlântico Sul (SACW), e para distingui-las era necessário ter uma rede bastante densa de perfis verticais de temperatura e salinidade cobrindo todo o Oceano Atlântico”, contou Zhurbas.