Contra o Cruzeiro, foi Everton Ribeiro. No clássico com o Vasco, Bruno Henrique. E diante do Grêmio, Gerson. Tite não mexeu muito em peças no time titular do Flamengo, mas uma coisa que mudou bastante nesses primeiros jogos do técnico no Rubro-Negro foi o dono da braçadeira de capitão. Com isso, o treinador repete uma estratégia que usou na seleção brasileira, onde teve 16 capitães diferentes ao longo de seis anos no cargo.
O critério, que também chegou a ser utilizado por Tite nos tempos de Corinthians, tem como objetivo compartilhar a responsabilidade entre todo o grupo e foi adotado principalmente em seu começo na Seleção, quando teve oito capitães nos 10 primeiros jogos. O técnico navegou por mares tranquilos durante dois anos de resultados favoráveis e futebol encantador, e o rodízio da braçadeira era apontado como um dos fatores determinantes para o sucesso na época.
Na Copa do Mundo da Rússia em 2018, o Brasil teve três capitães diferentes: Marcelo, Miranda e Thiago Silva. Depois da eliminação para a Bélgica nas quartas de final, Tite decidiu mudar a estratégia para o seu segundo ciclo na Seleção e encerrou o rodízio. Ele deu a braçadeira para Neymar, numa demonstração de confiança no atacante, que vinha sofrendo críticas pelo comportamento no Mundial, com simulações em excesso. A intenção era também atribuir mais obrigações ao camisa 10.
Entregar a faixa ao craque foi um gesto de confiança, mas também uma aposta em sua maturidade. Só que não durou muito: foram apenas sete jogos. O técnico decidiu mudar depois da agressão do atacante a um torcedor do PSG, após perder a final da Copa da França para o Rennes no meio de 2019. Foi então que Daniel Alves se tornou capitão e foi o responsável por erguer o troféu da Copa América daquele ano, o último título do país.