Três homens, de 34, 27 e 23 anos, foram presos nesse domingo (19), durante uma operação contra um grupo criminoso responsável por lesar vítimas por meio de jogos de azar. De acordo com as apurações, os suspeitos utilizavam caça-níquel eletrônico para enganar vítimas em todo o país.
As diligências apontaram que o link da plataforma, disponibilizado pelos envolvidos, direcionava os usuários para apostas no jogo on-line apelidado de “Jogo do Tigrinho”. A polícia apurou que os divulgadores utilizavam as plataformas e davam dinheiro como fomento para a participação das vítimas.
“Após a divulgação e ingresso da vítima no site, eles ficavam com um percentual das apostas e, consequentemente, aumentavam o número de seguidores nas redes sociais. A engenharia social utilizada pelos criminosos funciona como o caça-níquel, pois a possibilidade de a vítima ganhar é pequena, lesando as vítimas”, afirma o delegado da Polícia Civil do Paraná, Adriano Chofi.
Durante a ação, os policiais civis ainda cumpriram seis mandados de busca e apreenderam carros e motos de luxo, 3,2 mil dólares, R$ 700, seis celulares, duas armas de fogo e um tablet. As investigações aconteceram de forma conjunta entre a Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor e a Delegacia de Estelionatos da Polícia Civil do Paraná (PCPR).
O delegado da PCPR Tiago Dantas explica que os divulgadores ainda realizavam rifas em perfis de redes sociais de carros e valores em dinheiro. “Na ocasião, as vítimas depositavam valores em troca da participação dos sorteios onde os indivíduos não entregavam os prêmios”, completa.
Os indivíduos são investigados por crime contra a economia popular, associação criminosa, exploração de loteria sem a autorização legal e lavagem de dinheiro.
Durante as apurações, os suspeitos, no intuito de ganhar seguidores nas redes, fizeram uma ação em um posto de gasolina de Curitiba. Na ocasião, ofertaram R$ 8 mil em gasolina para motoboys.
Para chamar atenção nas redes sociais, eles ainda postavam vídeos com bebidas e veículos de luxo.
Maranhão mira influenciadores envolvidos em esquema do “Jogo do Tigre”
A Polícia Civil do Maranhão deflagrou, em setembro, uma operação contra o jogo de azar “Fortune Tiger”, ou “Jogo do Tigre”, e apreendeu bens da influenciadora Skarlete Mello, que tem divulgado o jogo nas suas redes sociais.
As investigações apontam que existe um esquema em torno do jogo online. A influenciadora estaria ganhando dinheiro para divulgar o jogo para seus mais de 300 mil seguidores. Nas redes, ela ostenta carros de luxo, compras e viagens caras.
Em uma publicação, Skarlete afirmou que “joga quem quer” e divulgava outros jogos do tipo além do “Fortune Tiger”. No entanto, jogos de azar são considerados ilegais no Brasil. O “Jogo do Tigre”, como ficou conhecido, não tem autorização para atuar no país. Segundo a Polícia Civil, influenciadores são pagos para incentivar pessoas a consumirem os jogos.
Durante a operação contra o jogo, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão contra dois investigados e esteve na residência de Skarlete, em São Luís. Segundo a investigação, foi detectada uma movimentação patrimonial incompatível com os investigados, que teriam conquistado altos valores por meio do jogo.
Na casa de Skarlete, foram apreendidas três motocicletas, quatro carros, incluindo dois veículos de luxo e um jet-ski. A Justiça também autorizou o bloqueio de R$ 8 milhões na conta bancária da influenciadora. Ela estaria associada aos crimes de divulgação dos jogos de azar, loteria não autorizada, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Influenciadora detida após se comprometer a não mais fazer divulgação de jogo
A polícia deteve, no mês passado, a influenciadora digital maranhense Célia Helena, conhecida nas redes sociais como Hellena Silva, pois é uma das investigadas por divulgar jogos de azar pela internet. Ela foi encaminhada para a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (DCCO/Seic), em São Luís.
Durante um monitoramento, os investigadores identificaram que Hellena Silva divulgava jogos de azar em sua conta no Instagram. Diante disso, a influenciadora foi intimada a comparecer na Seic para prestar esclarecimentos e assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), no qual se comprometeu a não fazer mais a divulgação de jogos de azar.
Porém, após sair da Seic, a polícia identificou que Hellena Silva fez novamente a divulgação dos jogos de azar, deixando isso exposto em sua rede social. Com base nisso, a influenciadora foi presa em flagrante no bairro do Turu, em São Luís.